Neste meu espaço aberto, está exposto um livro incompleto......

05
Nov 09

 

Agora nesta casa vazia eu oiço o som dos teus passos
 
É noite, é noite cerrada em mim
Sem ti no vazio deste lugar que sou
Nesta escuridão que parece não ter fim
Eu oiço o som dos teus passos
Onde agora apenas o som do silêncio ecoa
Teus sorrisos e amuos sempre levaram cansaços
Elevavam-se as vozes e gargalhadas mesmo à toa
E queria poder sorrir de manhã
Ao ver o teu rosto
E ao ver-te escolher o que vais vestir
E sorrir ao dizer que estás fixe
E à tarde deixar tudo para te levar e trazer do parque
Agora no silêncio, sinto a saudade de te ouvir
No quarto a teclar e falar com os teus amigos
E queria deixar de falar-te alto
Quando te demoras a pentear e arranjar
E queria não me preocupar
Com o que fores quando cresceres
E ao deitar poder abraçar-te e fazer-te sentir quanto te amo
E deixar-te ficar acordado até que o sono te vença
E quero ser grato a Deus
Por me ter dado tesouros como tu
Meu filho pequeno
publicado por noitesemfim às 10:47
sinto-me:

10
Set 09

 

Falemos de uma coisa então
Ou falemos de muitas outras
Mas quero perguntar-te isto:
As lágrimas?
 
Deixa-as correr apenas quando eu estiver presente
O meu olhar secá-las-à
E se o olhar não conseguir
Então os meus lábios serão como as areias do deserto
E hão-de bebê-las
Por isso não chores na minha ausência
 
Outra coisa ainda
Quando deslizas para o sono
Sinto-me um rochedo onde bate o mar
No entanto sou nada, apenas Deus quer que assim seja
Sentir a tua respiração pausada
Até deixares o teu corpo nos meus braços ao abandono
E eu fico em contemplação sentindo a tua "paz"
Como se fosse minha ou então
Como se menino fosse em regaço de ama
 
Apenas uma coisa mais
Sinto muito se isso te deixa triste
Mas dá-me prazer ter-te aberto a vida
E é com amor e coração nas mãos que te digo isso
Sim, desejo que sejas feliz
 
Não, por ora não há mais a dizer
Deixemos falar os olhos
Deles fluirá a sensibilidade
Aquela que não é possível descrever

Sim essa mesma

A de um beijo


12
Jul 09

Perco o meu olhar na limpidez do teu, deixo correr por mim o cheiro primaveril da recordação e inebrio-me;

Inebrio-me nas doces recordações do teu sorriso, naquele sorriso que abria o meu mundo de sonhos;

De sonhos em crescente de aspiração ao passar dos anos ao teu lado reconfortado nos teus carinhos;

Carinhos de amiga e companheira, na certeza de minha seres e de ti e a teu lado ser sempre um ser;

Ser maravilhoso imposto ao meu sem imposição, na naturalidade do correr sereno dos tempos;

Tempos idos, passados, recordados agora com magoada saudade, profunda tristeza que a nada conduz;

Conduz apenas ao contar do tempo que corre, como se o tempo atrás dele corresse em velocidade estonteante;

Estonteante das sensações que me invadem o peito, todo o corpo, a vida inteira que resta, quando fugazmente me deixas perder no teu olhar.          


03
Jul 09

 

 

 

 

Medir o tempo nem sempre será estarmos-nos a referir aos segundos que fazem o minuto ou aos minutos que decorrem numa hora ou às horas que soma um dia e por ai adiante.

Refiro-me à subjectividade que acontecimentos ocorridos em determinada data, emprestam à marcha do tempo.

Decorrem hoje 30 dias ou um mês, como preferirmos, que foi depositado na terra o corpo daquela que me deu o ser.

Este espaço de tempo que o calendário define, é o real, aquele durante o qual já não me foi possivel olhá-la, contemplá-la mesmo. E refiro apenas estes dois contextos, porque a enfermidade de que foi vítima por quase uma década não lhe permitia a ela saber quem era nem onde estava a não ser a espaços muito diminutos.

No entanto para mim a minha mãe estava ali, podia tocar-lhe, chamá-la, rir mesmo para ela.

Agora resta-me a recordação da sua doçura, e tantas outras e incontaveis boas recordações.

E na certeza de que um dia nos reencontraremos digo:

Que descanses em paz mãe. 

 

publicado por noitesemfim às 14:29

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