Eis a razão do nome deste blog.
Sei que não sou obrigado a explicá-lo, sei que não tenho o direito de exigir ser comprendido,
Tenho afinal apenas a necessidade de confessar a mim próprio que nasceu duma indecisão o noitesemfim. Cada um interpretará à sua maneira e eu próprio o faço de duas.
Sou de humores, sou humano afinal, e como qualquer mortal eu erro e faço e digo coisas que ferem, faço e digo coisas que enaltecem o ego de qualquer pessoa, inclusivé de mim próprio e em ambos os casos.
Sempre gostei da noite, do seu silêncio, silêncio que me excita os sentidos. E é desse silêncio que me alimento para me auto-analisar, para formatar actos e palavras que são executados uns e ditas as outras, no bulicio, na lufa-a-lufa do dia, quer acabe o sol de nascer, vá alto ou esteja no ocaso. Assim pensando teria chamado a este espaço de escrita, de exposição sentimental ou racional, noites enfim. Como que proclamando como uma benção a chegada destas e do seu silêncio.
Porém, outras razões me assistem para não desejar o prolongamento do silêncio nocturno e uma delas é a solidão. Não, não é medo da solidão. É outra qualquer coisa inexplicável que em meio secúlo de vida tenho procurado e não encontrei ainda e talvez nunca vá descobrir.
Se nos cingirmos aos factos reais, não filosóficos, e analisando vidas que nos passam ao lado, mesmo ao lado e até nos tocam, verificamos que as pesoas precisam umas das outras, e atrevendo-me a fazer a apologia das Escrituras, sem veleidades de ofender quem professe outras fés, Deus criou o Homem e a Mulher para que um deles não estivesse só, sozinho enfim na solidão. Toda a regra tem excepção, dirão e jamais eu poderia contradizer tal facto!
Na procura da explicação do que a solidão provoca em mim e enfrentando-a sem medo, fui-me descobrindo e pese embora o facto de não ter ainda, como anteriormente afirmei, encontrado a racional final, aquela que nos leva a seguir por um qualquer caminho por nós traçado ou aceite, uma certeza tenho comigo, quando a solidão acaba há que ter alguém ao nosso lado. Nesta prespectiva ititularia o meu blog de noite sem fim e viveria na esperança, quem sabe na procura insana de ter alguém ao meu lado quando a noite tivesse fim..
É então nesta indefinição perante o que sinto, face à solidão para onde a noite me empurra inexoravelmente, que defini o blog como noitesemfim.
A mescla, por assim dizer, não nasce apenas da razão, do racional, nem nunca assim poderia ser porque eu sou uma pessoa de paixões e a paixão é tantas vezes, demasiadas vezes, inimiga, contraditória da razão.