Esta pele que envergo, desde o ventre da minha mãe
Sinto-a plena de cheiro a mar sem que este a tenha beijado cedo
Mais seria o sabor da terra que dela devia exalar
Pois foi mais da terra o calor, que primeiro a banhou.
Esta pele que envergo desde o ventre da minha mãe
Recebe o sol em todos os areais e mantos verdes
Envolve-se nas cálidas águas de mares que nunca antes conheceu
E devolve em forma de exalo suas doçuras e cores
Esta pele que envergo desde o ventre da minha mãe
Pele única que alberga sem pecado e sem razão, amarguras
E sem que lhe seja dito deixa-as entrar em mim
E de mim sai por esta pele sem que possa evitar, o amor
Esta pele que envergo desde o ventre da minha mãe
Guarda em mim a dor, se ela existe e num continuar contínuo
Por esta pele apenas sai agora, o que de melhor eu trouxe
Do cálido e doce aconchego do ventre da minha mãe.