Dos meus olhos emanam
Claros reflexos da minha alma
Dos meus sonhos e emoções
Desta alma que revela passsado
De outra vida, tempos, desejos
Desta alma brotam segredos
Calados, quietos, lá no fundo
Outrora receios, covardes medos
De viver a vida, deste mundo
Do azul dos meus olhos emanam
Também lágrimas, tristeza e dor
E misteriosos sorrisos
Que transportam missivas novas
São os reflexos da minha alma
Tantas vezes a contradição
Entre o que quero e o que desejo
Os impossiveis sonhos, quimeras
Entre o possivel que tenho e vejo
E dos meus olhos emanam
Mil promessas do que agora sou
Um ser novo, renovado, imune
E ao mesmo tempo frágil como cristal
E navego em águas profundas
De mares multicores
E sinto que sei, sim, eu sei
Sei de onde vou, sei até quem sou
E dos meus olhos que emanam
Os reflexos da minha alma, verás
O amor que sinto, que nos une
Como o verde em campo de flores
De onde exala o teu perfume
Em explosão de mil sons e cores
Que me excitam, inebriam, transportam
Em viagens de maravilhosa esperança
Eu e os meus olhos esperamos
A partir deste lugar
Onde tudo começa e no mar acaba
Regeneram-se os pensamentos
Fluem ideias e ideiais novos
Mas tudo, até mesmo o mar pára em ti
Como feiticeira endiabrada
Entraste de mansinho na minha vida
Tomaste conta do meu corpo
Que em ondas suaves ou alterosas
Quer agora sempre encostar no teu
Como se rocha ou branca areia fosse
O imaginário de ser feliz
Não tem mais porto que não seja
O teu seio conhecido do meu peito
O teu regaço ora ameno ora alteroso
Vogando ao sabor da paixão nossa
Que quando em uníssono
Sempre nos transporta como se um fosse
Até locais conhecidos mas novos
E depois na calma ofegante
Do desejo saciado nos fixamos
Entre as cumplicidades de olhares
Que sem palavras nem gestos
Se juram e prometem regressar
A um amor novo noutro mundo
Por ora, mas apenas por ora
Prefiro assim, em silêncio
E no silêncio imaginar, a tua pele
Na minha pele mesclar cores
Sabores de outros tempos
Dou-te o meu copo, como livro
Para escrevermos sonhos
E descrevo no meu imaginário
O futuro alicerçado no passado
Do mar quero a profundidade
Como queria a tua agora
E no verde e azul de mar e céu
Poder espraiar a vista até perdê-la
E num sopro descansar
O corpo e a mente e pensar
O sonho tornou-se realidade
De hoje em diante assim viver é loucura.
Esta insana distância que nos separa faz a mente largar do corpo
E numa incessante procura as recordações surgem em catadupa, desordenadas.e incessantes.
E saber onde estás e esperas, aumenta a saudade.
Vive-se agora em momentos que tardam em passar e em tempos que tardam em acontecer.
Da realidade acontecida no passado recente restam doces recordações como promessas de outras realidades futuras.
Dois em desalinho na sôfrega espera de um amanhã que tarda em acontecer, mas se Deus o escreveu que podes tu fazer ou eu?
É nesta suave espera que se assiste ao renascer de cada dia, mas de hoje em diante assim viver é loucura...
Passam os dias, passa a vida
Horas mortas a correr
Da longínqua morte vivida
Agora é não lembrar, esquecer
O tempo sara, assim me dizes
Palavras brandas, só palavras
Que nunca assim me visses
Eis de tudo o que desejava
Num só momento, absorvo
Meu mundo gira, se tranforma
Onde a mente alcança, vejo
Como foi tardia a hora
Liberta a mente, reina a calma
Em corpo que agora navega
Em mares onde só a alma
Alcança tudo quanto almeja