Apenas palavras vindas do íntimo
Sei que é na tua mão que está o gesto, que mesmo à distância me acalma.
Quando te peço que invadas o meu espaço, compreendo os teus receios que eu invada os teus, mas mesmo assim prefiro o toque suave de uma voz ao silêncio da solidão.
A tua apreensão é fundamentada em convicções e sinto que travas uma luta interior quando estas são, ainda que ligeiramente abaladas mas as convicções existem para serem abaladas e substituídas até.
Eu, tenho um espaço permissivo, que precisa ser preenchido e se tiver que me habituar à solidão, certamente será mais um exercício de resistência que me vou impor.
Terei que construir um mundo só meu e divagar por entre as minhas coisas. É como que deixar por algum tempo de sentir o pulsar a vida.
Encetar um processo de abafar sentimentos e deixar de agarrar os que me dizem algo, não será fácil.
Mas eu sou eu e tu és tu, com as nossas diferenças, daí que eu não goste da solidão e tu gostes e não estabeleço comparações, é apenas uma questão de sentir.
A cada um de nós cabe saber como gerir-se mas quando os sinos tocarem deve haver sintonia, caso contrário quando estes tocam a rebate o outro está a ouvir as matinas.
Havendo inúmeras coisas que desconhecemos dentro de nós próprios, descobrimos que tomamos atitudes das quais nos arrependemos mais à frente e interrogamo-nos se fomos guiados pela mão de Deus ou do Diabo?
Escolhe cada um o que mais lhe apraz, é próprio do ser humano assim ser.
Estas são palavras que o vento há-de levar para onde o meu amor se encontrar.