Cai a tarde em recolhimento silencioso e miram-se olhos como espelhos, timidamente reflectindo o que lhes vai no peito.
Uma saudação a medo, aragem ligeira de fazer arrepiar.
Noite dentro sob nublosas e estrelas a paixão solta-se como cavalo a galope desenfreado sem tino, sem nexo.
Embalados primeiro, pelo doce murmurar do beijo, depressa voam nas asas que ambos inventaram para cruzar caminhos tão longínquos, antes, saciam-se agora na urgência dos corpos suados, no desespero de serem um só por momentos, e outros momentos únicos.
Amanhece, restam agora os perfumes entranhados em pele, como que para não esquecer, à medida que a distância aumenta.
É assim a loucura suave da paixão