Daqui a umas horas, passam 14 anos que, depois de estar em ansiosa espera no átrio da maternidade do hospital em que nasceu, fui súbitamente interpelado pela senhora de bata branca, que transportava no seu colo um, mais um dos maravilhosos seres com que a vida me prendou, com as palavras " acompanhe-me".
Hesitante entre segui-la e saber da sua mãe e minha amada, lá fui de forma hesitante entrando no elevador onde consegui finalmente ver as feições do meu pequenote.
Dois pisos acima, tive o grato prazer de assistir aos primeiros cuidados de que foi alvo e fui convidado a ajudar nessa tarefa.
Com mil cuidados o terei feito, como que tocando em preciosa e quebrável peça unica de porcelana, feita de rarissimo "material" - sentimento, entenda-se por amor- existente no universo ou em galáxias inexploradas.
Com ele fiquei só, esperando ansiosamente por novas, boas novas de sua mãe, que felizmente chegaram. E no seu colo o depositei para que o se amor transbordasse e as suas dores acalmassem. Assim foi.
Tudo estava bem. Que rara felicidade, vivida pela terceira vez.
Passam hoje quatorze anos de um momento que é sempre único, para quem é tocado pela graça de ver os primeiros gestos de alguém que é de si, e a quem sempre chamará "meu/minha filho/a até que a morte vença a vida.
Sei que não leitor deste blog, o meu filhote mas por forma diversa já leu e ouviu de mim, seu pai, o que lhe desejo para a vida toda e a canção de PARABÉNS A VOCÊ..............
Que seja SEMPRE FELIZ, que se entregue à vida de forma completa, que as musas o inspirem mas que não se deixe encantar pelas suas promessas vãs e que quando a "serpente lhe oferecer a maçã" tenha o bom senso de não cair na tentação e mesmo que a vontade outra seja diga NÃO.
Que erga castelos e os habite e neles crie amor.
Este é também um dia de marca histórica na sua vida, tal como é noutras,em que memórias anteriores não serão jamais iguais .
Resta a capacidade de guardá-las, as boas, para sempre à flor da pele para que nos façam sentir sempre o arrepio de ter sido feliz.
Quanto às outras, mesmo aquelas que ai estão a chegar, há que mergulhá-las, afundá-las a pouco e pouco uns, como eu, e mais rapidamente outros, que não eu.
Agradeço a Deus ter-me dado tão preciosos bens.