Qual criança da pré-primária hoje roubei um beijo, um não, dois e depois vim correndo.
Enquanto corria conservava nos lábios, ainda conservo, o odor de ti, a macieza do teu rosto. Como se fosse preciso um beijo roubado para me lembrar. Ah não, não seria preciso, tal a maneira como estão todos os teus sinais gravados na minha memória em mim dirrei mesmo.
Imagino o infindável número de sensações se tivesse tido a coragem de aflorar os meus lábios aos teus. Veria de perto as estrelas do céu, deslumbrar-me-ia como se fogo de artifício tratasse e quereria sem medo de me queimar tocando-lhe.
Imagino então o universo de sensações se pudesse acariciar-te a face, o cabelo, o corpo inteiro.
Mas como os meninos da escola, apenas me atrevi a beijar-te o rosto. O coração aos pulos pela ousadia, a pele arrepiada e a sensação de frio, a transformar-se em rubor que não te deixei ver.
E assim é, roubar-te um beijo é bálsamo para a alma..