Desde o momento em que o ser humano é gerado, dá-se início a um ciclo de vida por etapas, etapas essas que por sorte ou azar e agora até com a ajuda da medicina, se vão cumprido até ao dia em que a morte chega ou que Deus nos chama para o seu lado - para quem crê - eu creio.
Mas na verdade, o ciclo sempre se cumpre, quer se acabe cedo ou tarde.
Por vezes dou comigo a pensar de que serve projectar-me para um amanhã se não sei se ele vai existir. Vejamos então que é o amanhã? O amanhã não tem que ser vinte e quatro horas depois, pode acontecer a qualquer milésimo de segundo após a eleboração de um projecto, de uma forma de agir, de uma palavra ou apenas do simples acto de respirar. É a constatação de factos que me levam a afirmar isto.
Pensamos, na maioria das vezes, que amanhã é que vou fazer isto ou aquilo. mas na realidade quem uma vez disse "não deixes para amanhã o que podes fazer hoje" talvez tivesse razão.
É que os actos, palavras e omissões podem não chegar a ter reflexo no futuro que sempre projectamos para mais longe que o momento em que estes tomam forma na nossa mente, no pensamento.
É racional este modo de agir, adiar as coisas por forma a dar-lhes outra forma. Mas é também um engano, uma mistificação da realidade. Tantas vezes adiamos actos e palavras, que quando acabamos por as realizar, estão fora de prazo, não era ali que deviam ter sido executadas ou colocadas. Era no tempo certo ou então talvez jamais. Mas o facto é que de uma forma que apelidamos de corajosa, sem nos importarmos com as consequências e alardoando o " mais vale tarde que nunca" partimos para a luta, tantas vezes a destempo. Não sou contrário a este lema, mas por vezes e quantas, as consequências são mais profundas por assim agirmos.
Bem, mas são os nossos desejos, as nossas convicções, muitas vezes suportadas pelo desejo de ter o que nunca tivemos mas que vemos ao nosso lado e então "puxando" duma coragem, suportada por exemplos, uns bons outros nem tanto, estabelecemos que o prazo acabou sem que pesemos os prós e os contras, em consciência.
É mudar de rumo, é traçar novos horizontes, é procurar tantas vezes partir atrás das quimeras que a nossa mente desenvolve quase sempre em sonhos.
Na realidade durante as etapas do desenvolvimento do ser humano, é-lhe incutido um sem número de princípios, quase sempre pelos progenitores que o amam incondicionlmente - haverá excepções infelizmente - pelos educadores externos ao círculo familar e também hoje vai havendo maus exemplos nesta área,infelizmente também, mas a normalidade é aquela que rege os pricipios da lealdade, da camaradagem e do amor ao próximo e a si próprio, nesta ou noutra ordem sequencial e de acordo com a preferência individual, que normalmente é regida pela posição em que cada um coloca a sua própria cabeça para melhor "olhar o seu umbigo" e cumprir então mais uma etapa.
Certo, mesmo certo é que não consiguiremos jamais saber quando e como acaba uma etapa da nossa vida, por melhor que a projectemos.
Sei que na actual sociedade o "carpe diem" toma cada vez mais adeptos, mas será mesmo o melhor?
Parece limitar as etapas que o ser humano não deveria controlar por forma a absorver os pequenos e grandes momentos e não se limitar à sua pequenez.