Coração é musculo, é força é vigor. Encontra-se colocado no mesmo lugar deste o primeiro momento, no peito de cada um.
Acerca dele escrevemos e reescrevemos e até dizemos: O meu coração é teu.
Esta acção de dar o coração, apenas possível em acto de cirurgia, é como sabemos figurativa.
Por outro lado, se fosse possível dá-lo a alguém, como iríamos “reavê-lo” noutro tempo para o entregar de novo a outrem?
A quem o “entregássemos” caberia então a responsabilidade de no-lo devolver intacto.
E quem, estando em posse de bem tão precioso, está pronto para o fazer?
Entregar o coração é, por assim dizer, um acto de coragem, um risco assumido em circunstâncias de tal forma especiais que dificilmente, ou mesmo jamais se repetirá.