Hoje ao olhar para trás apenas vi pegadas de sonhos meus.....
Invadido pela sensação de não me sentir real, reconheci por instantes que é possivel sobreviver em memórias e lembranças de algo que certamente nunca terei...
O rumo da minha vida não pode ser mudado… Sonhos submersos, os meus agora estão!
Sonhos? Não! Agora são apenas ilusões que transporto num saco cada vez mais vazio mas que nem por mais vazio vá ficando reflete alivio na carga que comigo transporto. Vazio é tambem o reflexo dos meus olhos, cujo reflexo no espelho me mostram o que nunca fui.
Agora não desejo mais nada...
Momentos há em que já não sei o que sou!
Dou por mim naquele lapso temporal que não é lugar nenhum, mas parece ser o universo inteiro.
Encerro em mim um mundo inexplorado, triste, adverso, confuso...
Quando é que isto irá acabar?! A resposta está onde Eu sei...
Perceber que a vida não tem sentido agora…
É um caminho sem fim, pleno de cruzamentos, encruzilhadas e curvas, mas cujo destino desemboca no mesmo local: tristeza…
Sou o detentor do mapa que transporto nas mãos, mas sigo o percurso errado porque os meus olhos se negam a olhar para ele e assim continuo a andar, sem saber para onde ir…
Viro costas, não querendo viver o presente e pensar no futuro, voltando para trás, seguindo a estrada do meu passado, preferindo agarrar-me ás recordações, que sei, irão esvoaçar, acabando por apenas deixar-me as marcas profundas que só um verdadeiro amor pode deixar...!
Nada serve de nada, nada consegue afastar a magoa.
A vida agora sustentada por ilusões e fantasias...que são afinal tudo … e fazem-me rever o amor, a felicidade, a alegria...
O pesadelo é o exacto retrato da existência... Que seria de mim se a ilusão não me acompanhasse?!?!
Neste destino encruzilhado, em que fingir ser feliz e alegre, leva mais ao engano os outros que a mim próprio...
Agora apenas o tempo conta até ao exacto momento de tirar a venda dos olhos!
E nesse exacto momento morrerei para renascer de cinzas apagadas...
A felicidade foi fugaz, foi efémera se medir o tempo a que estava projectada e fugiu-me de entre as mãos como água.
Agora, nem sombra dos sonhos que sonhei, dos planos que fiz, posso manter....
Carrego galáxias no meu peito distantes, solitárias... Nada me pertence nada, nem a vida, nem ilusões e até as quimeras ruíram...
Sou o protagonista só, num filme do qual não escrevi nem argumento nem guião...
Um dia aprendo... ou nunca aprenderei... é o meu destino...