A realidade destes tempos imensos em que a solidão é companheira única, imensa, inseparável e implacável revela-me a mim próprio o quanto um ser humano é pequeno na imensidão dos seus próprios pensamentos.
A mente revela uma capacidade tão enorme, exorbitante mesmo, se comparada com a resistência de forçar o pensamento noutra direcção.
Não sendo cego, é olhar e não ver aquilo que está ao alcance da mão.
Não sendo surdo é não ouvir a multidão rugindo à nossa volta.
É não sentir o cheiro da maresia estando à beira mar com os pés na areia molhada.
É um adormecer dos sentidos, estando estes bem despertos.
É deixarmo-nos envolver pelo sauve torpor de uma doce recordação por menor e mais longinqua vá fiacando.
É assim a solidão, a minha solidão.