Que sei eu dos teus olhos?
Profundidades onde me perco de forma voluntária
De onde não sei como soltar amarras e não quero
Apenas sorris e perco-me nessa imensidão infinita
Jamais pensei pensar assim, mas o pensamento é volátil
Apenas o amor perdura para além da distância que nos separa
Perdura nas recordações, na imagem gravada em noites de amor
E essas imagens nem o tempo poderá jamais apagar
Mas na pele, na minha pele persiste o teu cheiro
Na minha boca o sabor de ti
E no meu pensamento está presente o momento
Em que partes naquelas viagens em que apenas o corpo fica
No leito, no chão, mas apenas o corpo fica
Enquanto visitas outras galáxias
Não, não fico só porque quando não te sigo ou antecedo ou contigo vou
Eu tenho gravado na memória os contornos do teu corpo
Dos teus seios, do teu colo e pescoço
E mesmo da tua intimidade onde me passeio
E também adivinho que quando parto deixo em ti as marcas do meu ser
E ficas na esperança de que a ausência seja breve
E mesmo que não me chames
Sei que o grito que se soltaria do teu peito seria
Não partas!
Mas eu parto e volto e parto
Certo de deixar ficar cada vez um pouco mais
Como de ti trago um pouco mais, cada vez mais